Lolita desenvolveu uma comunicação especial com seu dono e o chamava de pai. E ele, de filha.
Lolita (e seus nove filhotes) foi abandonada, pelos seus antigos donos, num terreno baldio para morrer de fome e frio.
Certo dia, seu pai humano falou para ela que eles dois iriam fazer uma viagem de caiaque pelos Caminhos do Imperador, que seria uma viagem de duzentos e vinte quilômetros, partindo da cidade de Piranhas até a foz do rio São Francisco.
Seu pai, que é escritor, comunicou a ela que iria escrever um livro contando a história dela, enquanto navegavam pelo rio. Lolita não aceitou, e disse que quem iria escrever a sua história seria ela mesma.
Então, viajaram para o destino e de lá partiram em dois caiaques, descendo o Velho Chico, onde iriam passar por vários povoados e cidades. Seria uma viagem de uns dez dias, ou mais. Eles não tinham pressa para chegar, queriam viver as aventuras da viagem. E foram muitas aventuras.
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Já próximo da Vila limoeiro, um sapo pega carona, clandestinamente, no caiaque. O sapo disse à Lolita que só voltaria ao seu corpo de humano no dia em que encontrasse uma mulher corajosa e de coração puro.
Lolita pede ao seu pai para que o sapo entrasse na aventura e participasse da viagem. A partir daí, aconteceram vários acidentes e incidentes, que quase impossibilitaria de chegarem ao seu destino: a foz.
Lolita e seu pai resolveram ajudar a encontrar essa mulher e planejou fazer concursos nos povoados ribeirinhos, por onde passassem, para ver quem tinha coragem de beijar o sapo. Fizeram várias tentativas e nenhuma deu certo. Não apareceu a tal mulher corajosa e de coração puro.
E um dia, quando já tinham desistido de fazer o concurso, apareceu uma mulher que o beijou. Será que o sapo virou gente?